domingo, 31 de agosto de 2014

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78ª Entrevista - White Haus - Fusing Culture Experience 2014


White Haus

Tinhas dito que o teu último CD era mais para ser tocado em estúdio e não para ser reproduzido e tocado ao vivo. Depois, as coisas mudaram e acabaste por o trazê-lo cá para fora. Como tem sido o feedback e como é que acabaste por decidir em o transformar para algo ao vivo?

O disco foi feito todo por mim, e foi feito num estúdio. Agora, hoje em dia, é impossível não o lançares cá para fora. Hoje em dia, se editares um disco e não o tocares ao vivo...
O que aconteceu é que muita gente, quando ouviu o disco a primeira vez, achou que o deveria tocar ao vivo.
A questão é que isto era para ser uma coisa que eu ia fazer sozinho. No início pensei: vou fazer isto sozinho com as máquinas. Mas depois, comecei a meter instrumentos, como o baixo, comecei a meter várias vozes, várias coisas, e pensei: Ok, eu não vou conseguir fazer isto sozinho. E começou a ser este o meu dilema neste disco: Como é que eu vou fazer isto sozinho? Por isso, fui fazendo as músicas, e depois pensei que logo veria como é que isto iria funcionar ao vivo. Depois, uma editora inglesa ouviu, ficou interessada em editar (e acabou por editar), marcou uma entrevista comigo por skype e disse-me que tínha de fazer isto ao vivo porque ele achava que isto ia funcionar mesmo bem ao vivo. Perguntou-me se eu já tinha banda ou como é que estava a pensar levar isto ao vivo. Comecei então a pensar que tinha de arranjar uma banda para tocar comigo isto. Eu já tinha os X-Wife e não queria estar a fazer outra banda. Então pensei que tinha de arranjar músicos para tocar isto comigo, achei que tinha de arranjar um formato que funcionasse comigo. Foi assim que pensei em arranjar mais três músicos e recriar aquilo que está gravado. Mas não dá para tocar certinho aquilo que está lá no CD, isso era impossível. As coisas criadas em estúdio são muito difíceis de recriar porque isso implica muitos músicos a fazer coisas diferentes... A aposta aqui foi ter uma secção rítmica muito forte e depois uma parte electrónica que complemente isso. O que interessa é que depois soe tudo bem ao vivo, não é preciso ser tudo ali à letra. Tenho uma voz feminina também que ajuda muito. O disco só tem uma música com uma voz feminina, e ela canta em muitas músicas e há coisas em que eu deixo de cantar, coisas que não aparecem... Só que fomos ensaiando, tentando recriar, começando a tirar e a pôr coisas... começámos a pensar "isto é mais importante do que isto...", "isto pode desaparecer e passa a ser mais importante fazer aquilo", e foi assim...

Durante muito tempo foste o DjKitten e fizeste parte dos X-Wife... achas que as pessoas ainda te associam a estes dois projectos musicais, ou será que já te conseguem associar a White Hauss?

Não, acho que ainda me associam. As novas gerações não, se calhar não sabem sequer, mas quem conhece os X-Wife também se calhar não conhece este projecto novo. Muitos fãs de X-Wife se calhar não conhecem sequer e não sabem que é a mesma pessoa que está a fazer as duas coisas mas, por exemplo, nas entrevistas, falam-me muito ainda nos X-Wife e no Dj Kitten, porque fazem parte do meu percurso musical. Os X-Wife foram uma banda que editaram 4 discos, e também faço de DJ há muitos anos, por isso é inevitável que as pessoas associem e falem. É um percurso que eu tenho e que me orgulho... Agora os miúdos de 18, 20 anos, não me devem conhecer como X-Wife e às tantas os fãs de X-Wife nem devem ter ideia do que é White Hauss.

E achas que a tua participação nestes projectos te influenciam enquanto White Hauss? 

Todo o meu gosto musical e aquilo que consumo enquanto músico e como DJ foram influenciando os projectos em que me envolvi. É inevitável... agora, claro que nos X- Wife eu já tinha uma linha clara daquilo que vamos fazer, aqui em White Hauss tenho uma liberdade muito maior para escolher o que quero fazer...
posso brincar com outros tipos de sonoridades ou mesmo fugir um bocado ao formato Pop da canção. Em White Hauss tenho menos o formato comercial da canção. Tenho essa percepção mas fui eu que quis fazer uma coisa diferente.

Que expectativas é que há para hoje?

Não sei... eu acho que este é um festival óptimo porque tem um cartaz muito forte e tem maioritariamente bandas portuguesas. Acho que as bandas foram muito bem escolhidas. É talvez o cartaz português em que há melhores bandas! Há coisas novas e frescas, há boas bandas, há coisas também mais experimentais, estou super satisfeito de estar aqui incluído. Eu não sei o que esperar, mas espero que à hora a que vamos tocar, ou seja, às 2h da manhã, que o público já esteja bastante animado e que gostem do concerto. Isto é um concerto para ser à noite sobretudo... este tipo de música com um conceito mais forte é para ser tocado maioritariamente à noite. Já em Paredes de Coura onde vamos tocar daqui a 8 dias, vamos tocar às 2h da manhã, e eu acho que é sempre uma boa maneira para acabar uma noite de festival. Vamos ver agora... agora cabe a vocês... (Risos), não sei como vai correr, é a primeira vez que venho, não sei o que esperar. Não sei como é que isto funciona... se tem muita gente se não tem. Mas acho que vai correr bem!

Há pouco estavas a falar no cartaz.. tens curiosidade em ver alguém? 

Tenho muita curiosidade. Hoje quero ver Capicua e Sensible Soccers... Tudo pessoal do norte. São meus amigos e estão a surgir agora, são coisas do momento, é interessar ver isto que está a acontecer agora... menos coisas saudosistas e mais do aqui e agora! É o caso destes dois.. mas também quero descobrir outras coisas que estão aí a acontecer. Às vezes descubro em festivais estas bandas ou então não ligo ao disco e depois descubro aqui porque ao vivo acaba por funcionar muito bem. Acho que é o caso de White Hauss ao vivo, não é que o disco passe despercebido, mas acho que ao vivo ganha outra forma..

Tens algum ritual antes de entrar em palco ou não?

Não.. dou um abraço aos músicos!

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